terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Para sempre?

Acho que nasci para amar. Para mim, o amor é tudo. É das coisas mais valiosas que pode haver. É das coisas que me faz sentir melhor na vida, que me dá sentido à vida. Estar apaixonada, amar alguém, fazer tudo para ver outro alguém feliz, ficar feliz por vê-lo feliz. (sempre, desde que me lembro, que tenho esta veia de romântica incurável, e não tenho vergonha de o dizer... porque teria?).

Antigamente (pelo que oiço dizer), era mau ser solteiro, era mal visto, eram os "encalhados", e o casamento era o símbolo máximo de felicidade e de ser inserido na sociedade. Hoje em dia, acho que é um pouco o contrário. Somos todos contra o casamento e estar-se numa relação é quase sinónimo de falta de liberdade. "ser solteiro é que é bom, não tenho de dar satisfações a ninguém". Acho que a virtude está no meio termo, para variar. Cada um vive como quer e acabou! (nunca percebi essa "luta" entre ser solteiro vs. comprometido........que parvoíce)

Para mim, o estar-se numa relação é precisamente o contrário. É pura liberdade. Se a relação for a correcta, isto é. Nesses casos, sim, é liberdade. Pois em raros casos conseguimos ser tão livres como o somos quando alguém nos aceita plenamente, como somos, nos piores e nos melhores momentos. E vice-versa. Estou comprometida, com orgulho, e com o mesmo orgulho o digo: sou a pessoa mais livre do mundo.

Já estive apaixonada e achei que ia ser "para sempre", várias vezes. Mas nunca deixei que o fim dessas várias vezes significasse para mim o fecho de portas ao amor. Nunca! Eu nasci para me entregar. Eu adoro a sensação de estar com alguém, de estar comprometida. E isto hoje em dia é mal visto. (porquê???). Para mim, é maravilhoso!

De todas as vezes me entrego a 100%. E nunca me arrependi de o fazer. Com o tempo, percebi que o para sempre é o agora, literalmente. Pode ser o para sempre até à morte ou o para sempre até um dia não dar. 

E aí é que reside a delícia da coisa, na minha opinião. É a incerteza. E como é deliciosa essa incerteza!

É uma incerteza que nos faz lutar até ao fim. O facto de não tomar as coisas e as pessoas por garantidas é uma forma de lutar por mantê-las. (e não ficarmos aborrecidos com elas, senão perderia toda a piada).

É um pouco como a vida em si. Um dia sabemos que vamos morrer, mas tentamos (ou alguns de nós tenta...) ter um estilo de vida minimamente saudável e olhar para os dois lados da rua antes de atravessar, a ver se conseguimos chegar aos 90 anos. Até podemos estar tranquilamente a comer uma maçã e morrermos sufocados (como uma vez quase me aconteceu, a sério, sim, eu ia morrendo sufocada porque me engasguei a comer uma maçã, vejam bem a ironia da coisa). No fim das contas, nunca sabemos se este momento é o nosso último, mas até ser o último, é o para sempre.
O mesmo acontece com as relações.

Os últimos 11 meses para mim foram o para sempre, e cada dia daqui para a frente continuará a ser o para sempre.


Podia agora pôr uma música romântica cliché, mas hoje não me deu para isso.

   

No meu para sempre de hoje, he's the one.





2 comentários:

João Cunha disse...

Essa conjugação de sentimentos, sensações e expressões presentes deixa-me orgulhoso e, principalmente, com um sorriso de quem tem o coração repleto de felicidade por esse amor que me dás, e que, (ainda) é muito mais do que alguma vez esperei... :) A ti, a nós. <3

Bruno Fernandes disse...

Fantástica dissertação! Adorei e subscrevo plenamente o que dizes! Concordo quando dizes: " Para mim, o estar-se numa relação é precisamente o contrário. É pura liberdade." É isto mesmo que eu me bato sempre! E sim também é raro encontrares alguém que te aceite nesse preceito da liberdade na relação. Sei que tens muita coisa que fazer, e já não escrevias há algum tempo, mas não deixes de escrever!